Em janeiro de 2008, o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento - MAPA, através da instrução Normativa n4, autorizou a
inscrição do pinhão-manso (Jatropha Curcas L.) no Registro
Nacional de Cultivares (RNC). Até então, o cultivo da espécie em grande
escala era proibido em todo o território Nacional.
O Pinhão-manso é uma planta oleaginosa, originária da América do Sul,
arbórea, não comestível, da mesma família que a mamona, com ciclo de
vida superior a 40 anos, com um comportamento considerado bom em
relação à seca e às pragas, um importante papel na conservação dos
solos e capaz de produzir diversas colheitas anuais. Suas sementes têm
teor de óleo entre 30 e 40% e produzem entre duas e quatro toneladas de
óleo por hectare/ano. Esse óleo, tratado através de um processo químico
de transesterificação, é transformado em Biodiesel. Além disso, sua
biomassa possui um teor de proteínas acima de 50%, podendo ser usada
para ração animal.
A proibição de cultivo da espécie decorria, sobretudo, da ausência de
pesquisas sobre o comportamento das diversas cultivares, e de
avaliações de um sistema de produção que incluísse, entre outros,
estudos agronômicos, em especial sobre as conseqüências frente à
incidência de pragas e doenças, e simulações em laboratórios e em
estações experimentais nos diversos ambientes edafoclimáticos
brasileiros.
Ao autorizar o cultivo, as instituições de pesquisa poderão reduzir o
tempo de avaliação, que levaria entre sete a dez anos, com base nas
informações relativas a outros estudos e publicações científicas
decorrentes. O interesse pelo tema ficou evidente durante o 2º
Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel, que aconteceu
em novembro de 2007, em Brasília, quando 51% dos trabalhos científicos
de quase todas as universidades brasileiras trataram, fundamentalmente,
das características físico-químicas, biológicas e agronômicas do
pinhão-manso. Apesar disso, ainda não se pode prever, atualmente, os
riscos agrícolas.
A Empresa de Pesquisas Agropecuárias de Minas Gerais - EPAMIG foi
pioneira e estuda a oleaginosa desde o início dos anos 80. No Rio de
Janeiro, os estudos realizados com o óleo do pinhão-manso revelaram um
biodiesel de excelente qualidade.
Com informações da assessoria do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas